Brasília
– Um levantamento apontou que 77% dos empresários de pequeno e médio porte do
varejo usaram recursos próprios para abrir o negócio. Do restante, 9% pediram
dinheiro emprestado a parentes, 7% recorreram a financiamentos bancários e 7%
disseram ter utilizado recursos de terceiros, empréstimos financeiros e outros.
Os dados, divulgados hoje (25), fazem parte da pesquisa inédita Retrato do
Empreendedor do Varejo, encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).
O varejo consiste na venda de produtos ou serviços em pequenas quantidades
direto ao consumidor.
De acordo com a consulta, 53% dos entrevistados pretendem investir
no negócio, como ampliação na loja, compra de equipamentos ou contratação de
pessoal. A aplicação de recursos leva em conta que 57% dos empresários
descartam aumento da inadimplência no setor. A pesquisa constatou que 40% dos
donos de negócios já trabalhavam no setor do varejo antes. Apenas 34% nunca
haviam atuado no ramo e os 26% restantes deram continuidade aos negócios de
família.
De acordo com o presidente
do Comércio Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro, o
levantamento é para conhecer o perfil do empresário varejista. “Ainda não temos
políticas públicas direcionadas para o desenvolvimento do varejo, muito porque
não conhecemos esse perfil”, disse. Segundo o estudo, o perfil do varejista é
“homem de 42 anos, com ensino médio, que já trabalhou no varejo, tem
faturamento bruto médio de R$ 60 mil por mês, empresa familiar e não usou
financiamento bancário na hora de abrir o próprio negócio”.
Os supermercados e
alimentícios são os destaques - respondem por 21% do ramo de atividades.
Tecidos, vestuários, calçados e armarinhos correspondem a 17% e artigos
diversos aparecem com 13%. Os setores de farmacêuticos e veículos correspondem
a 11%. Pelizzaro ressaltou que a política de redução de juros e de acesso ao
crédito “ainda não alcançou” o sistema financeiro nacional. “A ideia é mostrar
quais as necessidades do varejo, para que o banco customize linhas de créditos
específicas e diferenciais. O varejo precisa de linha de crédito diferenciada
durante o ano, porque eles trabalham com segmentos e datas específicas”,
explicou. Entre os receios dos varejistas, está a carga tributária que preocupa
47% dos empresários. A falta de mão de obra qualificada, os juros altos, o
endividamento das famílias e o desemprego também foram citados como
dificuldades de se tornar empreendedor do varejo no Brasil. O levantamento foi
feito em junho com varejistas em todas as capitais do país.(Agencia Brasil)
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