O Sindicato dos Estabelecimentos de
Saúde do Estado do Pará (Sindesspa) se manifestou, no final da manhã desta
terça-feira (24), sobre as declarações da diretora da Fundação Santa Casa de
Misericórdia do Pará, Maria Eunice Begot. Em resposta à
denúncia de médicos sobre um quadro de superlotação e negligência no hospital,
a diretora alegou que alguns hospitais da rede privada recebem auxílio da Rede
Cegonha, do Ministério da Saúde, portanto, não têm motivo para não receber
pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O Secretário de
Comunicação do Estado, Ney Messias Jr., também apontou, em sua conta pessoal no
Twitter, a recusa de hospitais particulares em atender pacientes do SUS como um
dos motivos para a superlotação no hospital. “A Santa Casa está assim
porque a maioria dos hospitais particulares não está recebendo bebês do SUS”
(sic), disse.
Em nota, a
Sindesspa afirma que os hospitais particulares conveniados ao SUS que possuem
obstetrícia estão recebendo as gestantes, mas tendem a diminuir os atendimentos
por causa dos valores defasados da tabela do SUS para a prestação do serviço, o
que limita a capacidade de oferta. "O Sindesspa ressalta que as
secretarias de saúde, estadual e municipal, foram notificadas há mais de um ano
sobre a defasagem desses valores e o risco de diminuição do atendimento, em
função do elevado número de profissionais de saúde que desistem de atuar nos
hospitais conveniados em decorrência dos baixos valores", declarou em nota
o Sindicato. Na mesma nota, o Sindesspa afirma que a iniciativa privada só
interrompe os atendimentos em caso de prejuízos financeiros que limitem a
possibilidade de ofertar serviços em quantidade e qualidade desejáveis. "A
Santa Casa, por sua vez, é um hospital de referência e por isso recebe grandes
investimentos do governo. Em um comparativo, um parto realizado no local custa
cinco vezes mais que outro realizado em um hospital conveniado ao SUS",
alega.
O Sindicato
finalizou declarando que a solução para o caso seria uma revisão do poder
público sobre a tabela de valores do SUS de prestação de serviços médicos,
assumindo todos os custos necessários para o atendimento de qualidade.
INVESTIGAÇÃO
O Conselho
Regional de Medicina (CRM) do Pará, também se manifestou, em nota, sobre as
denúncias contra a Santa Casa e informou que está aberta uma sindicância para
apurar os fatos relatados pelos médicos. "A Sindicância tramita no CRM
(PA) obedecendo os prazos legais. E como de praxe, o CRM do Pará apura todas as
denúncias que chegam ao conhecimento do órgão", finalizou a nota.(Dol)
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