sexta-feira, 1 de junho de 2012

Estudo faz ratos paraplégicos voltarem a andar


Mais um motivo de otimismo para vítimas de lesões medulares. Pesquisadores na Suíça conseguiram fazer com que ratos paraplégicos voltassem a caminhar com as próprias pernas - e os próprios neurônios -, utilizando uma combinação de estímulos químicos e elétricos, associados a fisioterapia. Algo que os cientistas batizaram de "neuroprótese eletroquímica espinhal".
Os resultados, publicados na edição desta sexta-feira da revista Science, somam-se a vários outros produzidos por diversos laboratórios ao redor do mundo nos últimos anos, que, utilizando diferentes técnicas, estão tornando o sonho de "voltar a andar" cada vez mais factível para aqueles que perderam os movimentos por causa de algum acidente.
Neste caso, os cientistas causaram lesões em pontos específicos da medula espinhal de ratos, cortando-a não completamente, mas o suficiente para tornar os animais paraplégicos - sem movimento nas pernas traseiras.
A medula espinhal é como um cabo biológico de fibras óticas (os axônios dos neurônios) que transmitem impulsos elétricos do cérebro para todos os membros e órgãos do corpo. Quando essa fiação é cortada ou lesionada, os impulsos não chegam ao seu destino, e a pessoa perde os movimentos - ainda que restem algumas fibras intactas.

Por alguma razão não bem compreendida, a medula tem uma capacidade muito limitada - ou quase nula - de se regenerar por conta própria. Os estudos terapêuticos em andamento consistem em tentativas de estimular essa regeneração ou criar caminhos alternativos para que os estímulos do cérebro cheguem até os músculos - ou até algum mecanismo robótico externo capaz de executar os mesmos movimentos, por meio de interfaces homem-máquina.
A estratégia adotada pelos cientistas suíços foi estimular a reconfiguração e a formação de novos neurônios por meio de estímulos químicos e elétricos. Como preparação, injetaram na medula dos ratos um coquetel de moléculas que atuam sobre o sistema de neurotransmissores (como dopamina e serotonina) e, simultaneamente, aplicaram correntes elétricas estimulantes por meio de eletrodos.(Dol)

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